Que merda sou eu? (poema)
Quem sou eu?
Um velho passageiro
Cidadão do mundo inteiro
Criador de fábulas
Que não escreve, por dinheiro
Descobri a escrita
Num viveiro
Tento sempre, entender primeiro
O como e porque
Tenho pensamentos sorrateiros
Dei palavra, de escuteiro,
Dedicarei a minha vida
A lutar pelos primeiros
Que a vida infelizmente traiu
Nós somos todos, companheiros
O passado muito canta
Mas vai perdendo a confiança
A alma tá melhor
Alvejada por esperança
Que me dá prazer
E sobretudo me alavanca
Para saltos maiores
Em constante alternância
Encontrei a fonte, da saúde seca
Taça a taça ela que encha
Com lágrimas de um poeta
Preso em uma cerca
Mas o futuro olha para mim
Com olhos de jasmim
Aponta me o dedo
E diz me, continua assim!
Recuperando, olho à minha volta
Foco me nos
Interesses do sacanas
Que sacrificam a sua alma
Á procura de matança
Que nos tiram comida da boca
Para impressionar as joanas
Que um dia tudo mude
E se alcance a mudança
Não rezo por ideologia
Mas conheço a tua dor
És negro como eu
Partilhamos a mesma cor
Jovem perdido olha para mim,
Tu tens valor
Dizem seres fraca pelo gênero
Eu por ti luto com ardor
És pobre de carteira
Por ti escrevo com amor
Injusticas aqui não tem casa
Comunica sem temor
A vida é linda, aponta para a flor
Ela nasce vazia, mas explode
Com energia, não desistas da vida
O violino toca magia
Que um dia olhe para traz
E me sinta contente
Que escreva com paixão
Com chama ardente
Somos todos o futuro
Saudáveis ou doentes
A história continua
Com a raça humana em mente.
Que merda sou eu? 25/03/2019